Para marcar o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade em Crimes contra Jornalistas, celebrado neste 2 de novembro, a ARTIGO 19 lança o terceiro e último minidocumentário da trilogia sobre impunidade em crimes contra comunicadores.
Intitulado “Impunidade cala”, o minidocumentário de pouco mais de 12 minutos entrevista três jornalistas que vivem na região da fronteira do Brasil com o Paraguai, e que, por meio de seus relatos, retratam como a violência local funciona como um fator inibidor para o trabalho de comunicadores.
Um dos jornalistas entrevistados é Roberto Guimaro, morador de Maracaju (MS), a 100 km da fronteira com o Paraguai, que em 2012 foi vítima de um atentado a tiros que teria ocorrido como retaliação ao seu trabalho. Também dão depoimentos Lourenso Verás, fotógrafo que já sofreu diversas ameaças, e Eder Rubens, residente de Ponta Porã (MS), cidade onde muitos crimes contra jornalistas brasileiros e paraguaios ocorreram nos últimos anos.
O filme também traz a fala de Paula Martins, diretora-executiva da ARTIGO 19, que aponta recomendações para o Estado brasileiro de políticas de prevenção e proteção de comunicadores em situação de risco.
“A fronteira entre o Brasil e o Paraguai é uma área perigosa para a cobertura jornalística. O alto número de violações sofridas por comunicadores nos últimos anos e a falta de resolução desses casos deixam os profissionais da região em uma situação cada vez mais vulnerável para exercer seu trabalho. Esperamos com esse documentário chamar a atenção para a questão e mobilizar as autoridades competentes”, afirma Júlia Lima, oficial da área da Proteção e Segurança da Liberdade de Expressão da ARTIGO 19.
Antes de “Impunidade Cala”, a ARTIGO 19 já havia lançado, também neste ano, os minidocumentários “Impunidade cega” e “Impunidade mata”. O primeiro traz a história do fotógrafo Alex Silveira, que, em 2000, durante cobertura que realizava de uma manifestação em São Paulo, foi atingido por uma bala de borracha no olho esquerdo após um disparo efetuado pela Polícia Militar. A lesão o deixou com apenas 15% da visão daquele olho.
Já “Impunidade mata” relata o caso do jornalista investigativo Rodrigo Neto, assassinado com três tiros em 2013 na cidade mineira de Ipatinga. Neto realizava cobertura policial e, segundo investigações, foi morto em decorrência das denúncias que fazia em seu trabalho como repórter.