Na Colômbia, jornalista busca justiça

claudia

A Justiça da Colômbia começa a ouvir amanhã (1º), em uma audiência aberta ao público, a jornalista Cláudia Duque, que nos últimos 12 anos foi submetida a diversas ameaças, tortura psicológica e até a um sequestro por agentes do extinto Departamento Administrativo de Segurança (DAS), a agência de segurança colombiana. A jornalista também falará à Justiça nos dias 2 e 3.

“Durante mais de 12 anos, tenho esperado por este momento: contar para um juiz, em uma audiência pública, o que tem significado para mim, para minha família, para o jornalismo colombiano e para a defesa dos direitos humanos deste país, as torturas infligidas pela DAS e o silenciamento que eles me causaram”, afirma Cláudia em uma carta aberta.

Os depoimentos fazem parte do processo aberto contra oito ex-membros da DAS. Três deles já foram presos, enquanto cinco respondem em liberdade. O ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe e o ex-diretor da DAS Jorge Noguera também são suspeitos de participação nos crimes, mas a investigação sobre eles está parada.

As perseguições a Cláudia começaram em função de sua investigação sobre o assassinato do humorista Jaime Garzón, ocorrido em 1999. Segundo a jornalista, agentes da DAS estariam envolvidos no caso.

Com medo de represálias, Cláudia tem buscado mobilizar organizações de imprensa e de direitos humanos do mundo todo para chamar atenção para seu caso, cobrar um processo judicial neutro e exigir mais celeridade nas investigações. Ela também pede que apoiadores compareçam à audiência para oferecer-lhe suporte contra eventuais acusações de vitimização que vem sofrendo.

A ARTIGO 19 tem acompanhado o caso de Claudia Duque e solicita ao Estado colombiano que garanta a proteção da jornalista para que ela possa testemunhar com segurança e liberdade. Além disso, a ARTIGO 19 faz um apelo para que a Colômbia leve à Justiça todos aqueles responsáveis por crimes contra jornalistas e defensores de direitos humanos.

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