ARTIGO 19 celebra o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+

Além da celebração, o dia 28 de Junho também é sobre memória, resistência e luta por diversidade. 

A ARTIGO 19 Brasil e América do Sul reflete sobre Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+: a celebração ocorre ao redor do mundo a 55 anos e é um evento de luta contra o preconceito e LGBTQIAP+fobia, além da busca por visibilidade para pautas da comunidade. Ao longo dos anos, a legislação brasileira tem avançado em processos de proteção aos direitos humanos desta minoria, como a criminalização ao preconceito contra à comunidade, o uso do nome social retificação de gênero e o casamento entre pessoas LGBTQIAP+.  

No entanto, ainda há um longo caminho para ser percorrido e ainda há a grande necessidade de combate à violência e discriminação.  Desde 2008, o Brasil lidera o ranking de país que mais mata pessoas LGBTQIAP+ no mundo inteiro: segundo a Transgender Europe, o Brasil foi responsável por 31% dos assassinatos globais de pessoas trans e de gênero diverso. 

Em maio de 2024, o Instituto Pólis informou que o número de registros por homofobia e transfobia cresceu mais de 15 vezes entre 2015 e 2022 na cidade de São Paulo. De acordo com os dados, em 2015 foram 63 boletins de ocorrência e em 2022 foram 960 registros. Só na cidade de São Paulo, foram 3.868 vítimas nos últimos 9 anos. 

O dia 28 de junho marca a Rebelião de Stonewall, que ocorreu em Nova Iorque em 1969 – momento em que a comunidade LGBTQIAP+ lidava de forma severa com a constante perseguição e violência policial, ademais as humilhações e agressões de forma pública.   Neste dia 28, há 56 anos, a polícia invadiu o estabelecimento, prendeu funcionários e clientes. Mas, a comunidade reagiu ao abuso de poder do policiamento e iniciou uma sequência de protestos que duraram dias.  

A partir desde momento, a data ganhou simbologia internacional, porém vale ressaltar que a luta nacional para os direitos da comunidade LGBTQIAP+ já caminhava muito antes. Ainda entre os anos 60 e 70, a população LGBTQIAP+ se reunia em múltiplas cidades brasileiras para a busca de diversidade, visibilidade e inclusão.  

Em entrevista à Agência Brasil, o pesquisador Luiz Morando aponta as tentativas de organização de encontros nacionais: “os organizadores daquelas tentativas de encontros, de congressos, eram surpreendidos e presos pela polícia para serem fichados e impedidos de continuar os eventos. Dá muito mais orgulho pensar nesse processo histórico e na formação de uma consciência política ao longo do tempo”.  

Apesar das retaliações, os eventos repercutiam e inspiravam outras pessoas a realizarem o mesmo tipo de encontro, e ainda estimulavam o avanço de consciência política que se carrega no dia a dia.  

A ARTIGO 19 Brasil e América do Sul reforça que a construção de identidade, reconhecimento de gênero e sexualidade é um direito de todo cidadão. E, mesmo reconhecendo que estamos caminhando positivamente com medidas e realizações sociopolíticas que transformam e fazem toda a diferença para a sociedade LGBTQIAP+, não podemos ignorar que ainda há muito a caminhar, do mesmo modo que seguimos defendendo e protegendo os direitos conquistados. 

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