O quinto protesto contra o aumento das tarifas no transporte público de São Paulo, realizado ontem (27), transcorreu sem violência do início ao fim.
No entanto, durante o momento de dispersão, quando os manifestantes voltavam a suas casas, a estação de metrô Faria Lima, na zona oeste da cidade, foi palco de excessos da Polícia Militar.
Em uma ação extremamente desproporcional e desnecessária, policiais do batalhão de choque lançaram bombas de gás lacrimogêneo em um ambiente fechado e com diversos passageiros, visando controlar um princípio de tumulto.
O resultado não poderia ser outro que não o de disseminar pânico entre as pessoas que passavam pelo local, entre elas, crianças e mulheres , como é possível ver neste vídeo da TV Folha.
Segundo matéria do jornal Estadão, ao menos três pessoas desmaiaram, enquanto outras passaram mal. Além disso, o repórter Fernando Otto foi alvo de um tiro de bala de borracha, só não se ferindo porque o disparo atingiu o bolso de sua calça onde estava seu celular. O aparelho ficou destruído.
O recrudescimento do ataque contra jornalistas em manifestações já havia sido alertado em nota da ARTIGO 19 ontem.
Diante das recorrentes violações registradas ultimamente, surge como imprescindível a elaboração de um protocolo de uso da força policial em manifestações. A criação do protocolo já é alvo de uma Ação Civil Pública proposta pela Defensoria Pública de São Paulo, ação esta que aguarda julgamento. No último dia 7, a ARTIGO 19 protocolou um amicus curiae (espécie de parecer jurídico) no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo solicitando, entre outros pedidos, que o julgamento ocorra o quanto antes.
Já a respeito dos fatos ocorridos ontem no metrô, a ARTIGO 19 condena mais uma vez a ação das forças de segurança de São Paulo pelas violações cometidas contra os manifestantes.
Foto: Coletivo de Comunicação da Luta Contra o Aumento