Por Teresa Mioli/NM – Publicado 2016-04-21 20:14
Após o assassinato de um blogueiro no Maranhão, a organização de defesa da liberdade de expressão Artigo 19 instou as autoridades federais y estaduais a “unir esforços para dar uma resposta rápida e contundente à situação de violência contra comunicadores” que está afetando o estado.
Manoel Messias Pereira, também conhecido como Manoel Benhur, foi assassinado em 9 de abril na cidade de Grajaú, no interior do Maranhão.
O site de notícias 180graus informou que Pereira era dono do portal de notícias sediverte.com. Também era assessor do escritório do prefeito em Grajaú, segundo o Jornal Grajaú de Fato.
Jornal Grajaú de Fato reportou que Pereira estava dirigindo sua motocicleta na manhã de 9 de abril quando decidiu fugir ao perceber que dois homens o seguiam. Pereira foi atingido por seis tiros.
O blogueiro foi levado a um hospital, mas não sobreviveu.
Alguns meios locais reportaram o incidente como uma tentativa de roubo; contudo, Artigo 19 ressaltou que nenhum de seus pertences foi roubado. A organização também citou que as autoridades disseram haver evidência contundente de uma execução.
A organização acrescentou que nenhuma das linhas de investigação da polícia inclui o trabalho do blogueiro como possível causa do assassinato.
Artigo 19 destacou que Pereira é o terceiro blogueiro do Maranhão assassinado em menos de seis meses.
O blogueiro Ítalo Eduardo Diniz Barros foi baleado por duas pessoas em uma motocicleta em Governador Nunes Freire, Maranhão, em 13 de novembro de 2015. Apenas oito dias depois, Orislandio Timoteo Araújo, conhecido como Roberto Lano, recebeu um tiro enquanto dirigia uma motocicleta com sua esposa em Buruticupu, Maranhão.
“A ARTIGO 19 considera que as autoridades policiais devem levar em conta o exercício profissional como uma linha investigativa em casos de violações contra comunicadores. Isso se faz ainda mais necessário em contextos de maior risco, como tem se mostrado o estado do Maranhão, afirmou a organização.
A Artigo 19 insistiu nesta linha de investigação nas vezes que as autoridades apontaram ter havido uma execução, já que as “execuções encomendadas a pistoleiros que agem como intermediários têm sido, infelizmente, comuns entre os casos de assassinatos de comunicadores no Brasil”.