A ARTIGO 19 Brasil e América do Sul comemora mais um ano do Grito dos Excluídos, mobilização que há três décadas ocupa as ruas do Brasil no dia 7 de setembro para afirmar que a independência só pode ser plena quando acompanhada de direitos, justiça social e democracia efetiva.
A manifestação nasceu como um espaço de participação e denúncia das desigualdades que marcam o país. Desde então, tornou-se referência de mobilização popular, reunindo trabalhadores e trabalhadoras, povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais, juventudes, população negra, mulheres, pessoas LGBTQIAPN+, população em situação de rua e movimentos do campo e da cidade.
A edição de 2025 teve como lema: “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”, que se conecta com o contexto global de crises climáticas e sociais, reforça a defesa intransigente da democracia e a importância do cuidado com o meio ambiente. Além disso, este ano o Grito dos Excluídos foi às ruas em defesa do Plebiscito Popular sobre a redução da jornada de trabalho, o fim da escala 6×1 e o imposto para os super-ricos.
O Grito dos Excluídos reafirma que a democracia não se limita ao ato do voto. Ela se constrói cotidianamente na garantia de direitos, na inclusão de vozes diversas e no respeito às diferenças. Nesse sentido, a liberdade de expressão é central: é por meio dela que comunidades historicamente silenciadas podem se manifestar, denunciar injustiças e propor alternativas para um país mais justo.
Ao longo de sua trajetória, o Grito demonstrou que a democracia se fortalece quando a sociedade civil organizada encontra espaço para se expressar livremente e reivindicar direitos. A cada edição, a mobilização lembra que não há democracia real quando a fome, a violência, a exclusão e o racismo seguem atravessando realidades cotidianamente
Comemorar mais um ano do Grito dos Excluídos é reconhecer a importância de um processo contínuo de participação popular. Trata-se de um chamado à sociedade brasileira para que siga defendendo o direito à vida, à dignidade, à liberdade de expressão e à justiça social como pilares de um projeto democrático sólido.