ARTIGO 19 lança relatório sobre infodemia e direito de acesso à informação na pandemia de Covid-19

Relatório analisa como a política de desinformação foi responsável pelas mais de 436 mil mortes no Brasil

A ARTIGO 19 lança hoje (17/05) o relatório “Infodemia e a Covid-19 – A informação como instrumento contra os mitos“, que analisa e traz um diagnóstico sobre o cenário de transparência e garantia do direito de acesso à informação pública no Brasil. Os resultados preocupam e alertam para a infodemia, termo utilizado para designar um excesso de informações, algumas verdadeiras e outras falsas, muitas vezes conflituosas, como prática recorrente de órgãos ministeriais e da própria Presidência da República.

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O material apresentando é fruto de pedidos de informação feitos ao Ministério da Saúde comparados com dados disponibilizados em transparência ativa e declarações oficiais do órgão e da presidência. Foram feitas perguntas acerca do “kit covid” e contratos referentes aos medicamentos indicados; do aplicativo “Trate-COV”; de solicitações e fornecimento de oxigênio e insumo à cidade de Manaus; da vacinação indígena e ribeirinha no Norte do país; e disponibilidade de comprovação científica dos métodos adotados oficialmente.

O relatório deu ênfase à análise do acesso e da conformidade com a informação, dada a percepção da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) sobre os impactos da infodemia no número de mortes por COVID-19. Como resposta, 85% dos pedidos se enquadram neste cenário de falta de informação segura aliada à desinformação: 35% dos pedidos tiveram classificação de informação desonesta; 25% foram classificados como desinformação intencional; 20% como apagão e 5% como informação parcial. Somente 15% das informações analisadas foram consonantes. Nessas, os pronunciamentos ministeriais foram mínimos.

 

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