As organizações abaixo assinadas se somam aos diversos setores da sociedade que reconhecem publicamente a importância da atuação jornalística da repórter Schirlei Alves.
Entre diversas reportagens sobre temas fundamentais, como o enfrentamento à violência contra as mulheres, a jornalista é autora da reportagem no The Intercept Brasil que expôs a violência institucional e grave violação cometida contra Mariana Ferrer. A apuração jornalística ajudou a pautar um debate público fundamental, que mobilizou diversas entidades, profissionais e ativistas que apontaram a gravidade do episódio e de teses jurídicas que culpabilizam a vítima pela violência sofrida, mesmo no caso de um crime hediondo e grave como o estupro.
Desde então, a repórter se soma às comunicadoras que, por exercer sua profissão, se tornam alvo de ataques online sistemáticos de grupos e influenciadores que atuam em redes sociais para tentar silenciar a imprensa e a pluralidade de vozes. Os ataques costumam mobilizar agressões discriminatórias ou a tentativa de desqualificar o profissional ou veículo sempre que a cobertura jornalística incomoda um grupo que ocupa posição de poder.
Com mais de 10 anos de carreira, Schirlei trabalhou nos principais veículos de imprensa de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul: A Notícia, Diário Catarinense, Notícias do Dia, Zero Hora e Diário Gaúcho, com participações na CBN Diário e na Rádio Gaúcha. Mais recentemente tem colaborado como repórter para mídias independentes e tradicionais como o Intercept, CNN e BBC. Embora tenha atuado em diferentes editorias pelos jornais que passou, o foco de seu trabalho esteve voltado para coberturas de segurança pública, direitos humanos e direitos das mulheres.
Além de chamar atenção para a gravidade do episódio, manifestamos todo nosso apoio à jornalista e agradecemos publicamente sua contribuição, reforçando que a sequência de ataques destinados a ela só reforça a importância do seu trabalho e o evidente interesse público dos temas que cobriu.
Lembramos que os Estados têm a obrigação de prevenir, proteger e processar ataques contra jornalistas e defensores dos direitos humanos e também que essa obrigação inclui a garantia de um ambiente seguro, em todos os espaços, para mulheres comunicadoras e a desconstrução de estereótipos discriminatórios que perpetuam a violência contra as mulheres nos mais diversos ambientes, incluindo o profissional e o institucional.
Seja por ação direta ou omissão, a naturalização desses ataques coloca comunicadoras em risco, deteriora o ambiente para o exercício da profissão e prejudica a circulação de diferentes informações e opiniões e a capacidade da mídia de exercer seu papel fiscalizador do poder público, incluindo o sistema de justiça. Chamamos as empresas de mídias sociais a também agirem em casos de ameaças, discursos de ódio e ataques que violam direitos fundamentais.
As organizações reforçam seu compromisso em atuar para que mulheres comunicadoras possam desempenhar sua profissão em segurança, contribuindo com o direito da população à informação e com debates urgentes a toda sociedade.
Conheça melhor o trabalho de Schirlei Alves por meio de algumas de suas matérias:
https://theintercept.com/2020/08/28/curador-brasileiro-acusado-abuso-sexual/
https://ndmais.com.br/noticias/feminicidio-nao-e-crime-passional/
http://www.clicrbs.com.br/sites/swf/an_crime-silencioso/index.html
http://www.clicrbs.com.br/sites/swf/an_segunda-chance/index.html
http://www.clicrbs.com.br/sites/swf/an_ocupacoesirregulares/index.html
#ApoieUmaJornalista
ASSINAM ESTA NOTA
Anis – Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero
Articulação de Mulheres Brasileiras
ARTIGO 19
Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)
Associação Mulheres pela Paz
Católicas pelo Direito de Decidir
Cepia – Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação
Cfemea – Centro Feminista de Estudos e Assessoria
Ciranda Internacional de Comunicação Compartilhada
Coletivo Feminista Helen Keller
Coletivo Feminino Plural
Coletivo Jornalistas Contra o Assédio
Coletivo Leila Diniz
Comissão da Mulher Advogada OAB-SP
Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher – CLADEM/Brasil
Conen – Coordenação Nacional de Entidades Negras
Criar Brasil – Centro de Imprensa, Assessoria e Rádio
Escreva Lola Escreva
Evangélicas pela Igualdade de Gênero
Fórum de Mulheres da Zona Oeste SP
Geledés – Instituto da Mulher Negra
Gênero e Número
Grupo Curumim – Gestação e Parto
Instituto AzMina
Instituto Patrícia Galvão
Instituto Vladimir Herzog
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
Levante das Mulheres Brasileiras
Marcha das Mulheres Negras de São Paulo
Marcha Mundial das Mulheres – MMM SP
MariaLab
Milhas pela Vida das Mulheres
Não Me Kahlo
Nosso Instituto – Acesso, Respeito e Acolhimento
Observatório da Mulher
Portal Catarinas
Promotoras Legais Populares de São Paulo
Rede de Jornalistas e Comunicadoras com Visão de Gênero e Raça – Brasil
Rede Feminista de Ginecologistas e Obstetras
Rede Médica pelo Direito de Decidir – Global Doctors for Choice/Brasil
Rede Mulher e Mídia
Rede Nacional de Proteção a Comunicadores
Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos
Redeh – Rede de Desenvolvimento Humano
Repórteres Sem Fronteiras
SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia
TamoJuntas
The Intercept Brasil
Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos
Think Olga
União de Mulheres do Município de São Paulo