A ARTIGO 19 expressa sua solidariedade e apoio ao jornalista e fundador do The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, agredido pelo também jornalista Augusto Nunes durante uma entrevista em programa da rádio Jovem Pan. Após a agressão, houve um movimento de incitação a ataques e ofensas direcionados a Glenn, e a jornalistas de um modo geral, que se multiplicaram nas redes sociais.
O ambiente de escalada dos ataques foi potencializado por postagens de representantes do poder público, como o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, que em sua conta no Twitter banalizou o episódio, reivindicando a inexistente figura penal da “legítima defesa de sua honra”.
A incitação à violência e aceitação de agressões em casos de discordância com o exercício jornalístico de um profissional é preocupante e repreensível, especialmente quando praticadas por representantes do Estado, cujo dever é garantir um ambiente sadio para a liberdade de imprensa. É preocupante ainda que, ao invés de manifestar discordância no debate público, figuras políticas recorram a desqualificação da atividade jornalística como um todo quando a cobertura desagrada — algo que deteriora ainda mais o ambiente para exercício profissional da comunicação no Brasil.
Vale lembrar que em recomendação recente, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) destacou a responsabilidade de agentes públicos em adotar um discurso público que contribua para prevenir a violência contra comunicadores e para a construção de um ambiente favorável para o livre exercício do jornalismo e da liberdade de expressão. Nesse sentido, a ARTIGO 19, ao prestar sua solidariedade ao jornalista Glenn Greenwald, frisa a importância do Estado e da sociedade jamais intensificarem ações que possam colocar comunicadores em risco.