Entre os dias 14 e 17 de março de 2019, a ARTIGO 19 iniciou a primeira rede comunitária contemplada pelo projeto FRIDA – Lacnic. A rede foi realizada pela comunidade quilombola de Peri Peri, localizada cerca de duas horas da capital Teresina, articulada com o apoio do Instituto da Mulher Negra do Piauí – Ayabás.
A agenda incluiu discussões tecnopolíticas sobre acesso a internet, direito a comunicação e planejamento estratégico da rede local, montada pelos próprios moradores do quilombo. A rede conta com cinco nós (pontos de redistribuição de sinal Wifi) e um servidor local (que utiliza a Fuxico, projeto de PirateBox desenvolvida pelas coletivas Vedetas e Periféricas). Na imersão também foram realizadas discussões sobre a cultura do Quilombo e suas figuras emblemáticas, como a Maria Vaqueira, uma ex-escrava fundadora do Quilombo, de acordo com a história oral nos contada por moradores antigos.
As demandas locais por comunicação são muitas e os moradores se sentiram entusiasmados para ocupar a rede com produção de conteúdo local e divulgação de materiais sobre os temas de racismo e fortalecimento das mulheres negras.
Redes comunitárias, o que são?
Uma rede comunitária é uma forma de conectividade que busca suprir de forma indenpente e com baixo custo a falta de interesse comercial ou de infraestrutura de qualidade em certas regiões, geralmente de periferias urbanas ou áreas rurais. A rede pode ser tanto local (intranet), quanto conectada a internet. Pode ser compreendida como uma infraestrutura de comunicação popular, aberta, descentralizada e gerida pelos seus próprios usuários – ou seja, definida pela apropriação popular da tecnologia, pela ausência da orientação por lucratividade, pela autogestão compartilhada e participação popular.
Confira abaixo as fotos de como foram as atividades, lideradas pela fellow da Mozilla Bruna Zanolli, juntamente com Débora Prado, coordenadora de comunicação da ARTIGO 19, e auxílio técnico de Rodrigo Troian.