Cinegrafista tem câmera destruída por PM em protesto em São Paulo

No último dia 17, em São Paulo, durante o “2° ato contra o aumento da tarifa” organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL), o cinegrafista freelancer Caio Castor, que cobria a manifestação para a agência Pavio, teve sua câmera confiscada e destruída por um policial militar.

Segundo o cinegrafista, em publicação feita em sua página no Facebook, esta é a terceira vez em que agentes da Polícia Militar do Estado de São Paulo danificam seu equipamento de trabalho – todas no contexto de cobertura a protestos de rua.

O cinegrafista registrou um Boletim de Ocorrência por abuso de autoridade, lesão corporal e dano ao patrimônio na tarde da última terça-feira (23).

No documento, Caio relata ter presenciado cenas de violência cometidas por policiais contra manifestantes presentes ao ato. De acordo com ele, um dos policiais da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (ROCAM) teria atropelado um jovem que corria em direção ao terminal Pinheiros da CPTM. Ao ser visto registrando o ocorrido, dois outros policiais da mesma ronda agiram: um deles lhe aplicou uma “gravata” (golpe de submissão aplicado no pescoço), e o outro destruiu sua câmera e, posteriormente a isso, seu equipamento desapareceu. .

Para a ARTIGO 19, a ação configura mais um preocupante ato de arbitrariedade por parte da Polícia Militar contra comunicadores, configurando grave violação ao direito à liberdade de expressão do cinegrafista.

Além de impedir o trabalho do comunicador de levar ao restante da sociedade informações de utilidade pública, a ação gera também um efeito intimidatório para outros profissionais que cobrem protestos de rua.

A Pavio, agência de videorreportagem autônoma focada em pautas sobre violações de direitos e mobilizações sociais, está promovendo uma campanha de financiamento coletivo para recuperar o valor do equipamento subtraído pela polícia militar. Os interessados em colaborar devem fazê-lo por meio do site “Vakinha”.

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