#ALERTA – Após receber ameaças, jornalista é morto em Goiás

Joao Miranda

 

É com preocupação que a ARTIGO 19 recebe a notícia de que mais um comunicador foi assassinado no país. No último domingo (24), o jornalista João Miranda do Carmo, de 54 anos, foi morto a tiros ao atender um chamado em frente à sua casa em Santo Antônio do Descoberto, em Goiás, na região do entorno do Distrito Federal. João era responsável pelo portal  “SAD Sem Censura” e era conhecido por produzir e publicar matérias com denúncias contra políticos, agentes públicos e o crime organizado.

 

Em contato com a ARTIGO 19, o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de Goiás (Sindjor), Cláudio Curado, reforçou a suspeita de que o crime foi motivado pela atividade profissional da vítima. O delegado responsável pelo caso, Pablo Batista, também afirmou que a hipótese do exercício profissional como sendo a motivação faz parte de uma das linhas investigativas prioritárias.

 

Segundo o presidente do Sindjor, João já havia recebido ameaças e intimidações anteriores, tendo inclusive seu carro incendiado em 2014. Para a ARTIGO 19, em casos como esse, é fundamental que o Estado investigue e dê uma resposta a todos os tipos de ameaça ou violação, já que a falta de uma resposta célere e efetiva contribui para a repetição e intensificação desses crimes. Esse padrão foi verificado em cerca de 70% dos casos monitorados pela ARTIGO 19 entre 2012 e 2015 e infelizmente também ocorre no caso do jornalista João Miranda.

 

Dados levantados pela ARTIGO 19 também demonstram que em 2015 houve um aumento de 67% nos casos de graves violações contra comunicadores no país. Somente no primeiro semestre de 2016, ao menos dois outros comunicadores já foram assassinados.
Nesse contexto, a ARTIGO 19 reafirma a necessidade de que as autoridades respondam de maneira satisfatória a essas violações, não só esclarecendo os detalhes dos crimes, mas responsabilizando todos os autores envolvidos – isto é, tanto executores quanto mandantes –, buscando assim romper com os padrões de impunidade nesse tipo de crime.

 

Foto: Reprodução/Facebook

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