Jornalista é intimidado durante apuração sobre morte de radialista

ALERTA-site

 

No último dia 11, o jornalista Rômulo Rocha, do portal 180 Graus, precisou ser escoltado pela Polícia Militar (PM) durante sua estadia em Camocim, no Ceará, onde apurava o assassinato do radialista Gleydson Carvalho, morto a tiros no dia 6 de agosto.

Com sede em Teresina, no Piauí, o portal 180 graus tem publicado matérias sobre o assassinato de Gleydson.

Rômulo deixava o quartel da PM quando viu um homem em uma moto preta sem placa, a alguns metros do carro de reportagem. Após sair com seu veículo, teve a impressão de estar sendo seguido. “A gente acelerava e diminuía a velocidade para ver se ele estava atrás da gente e ele fazia igual”, disse. Ele contou ainda que o homem na moto tinha um capacete sem viseira e olhava muito para ele ao longo do trajeto.

O jornalista então parou em um posto de gasolina, enquanto o homem na moto seguiu viagem. “Achei que ele tivesse ido embora, mas, minutos depois, parou no posto também.” Neste momento, Rômulo decidiu voltar para o quartel da PM com receio do que poderia acontecer. “A moto me seguiu no começo, mas, quando o homem percebeu que eu estava voltando para o quartel, foi embora.”

Rômulo relatou o ocorrido à PM, que disponibilizou quatro policiais para o escoltarem. “Nos disseram ainda para sempre andarmos escoltados em Camocim, pois o clima não era propício para a atuação jornalística. Não me senti seguro, então decidi não ir para Serrota.”

Rômulo iria para o povoado de Serrota, município a 83 km de Camocim, para continuar seu trabalho de apuração. Segundo investigações policiais, os assassinos de Gleydson haviam usado uma casa no povoado para planejar o crime. “Sou acostumado a ameaças, mas essa em Camocim amedrontou”, disse.

Diante destes fatos, a ARTIGO 19 cobra rigor e celeridade nas investigações do assassinato do radialista Gleydson Carvalho, assim como a garantia de segurança de Rômulo Rocha e outros jornalistas que apurem informações relacionadas ao crime.

É fundamental que a segurança de jornalistas seja garantida para que informações precisas sobre o crime cheguem à população. O episódio ocorrido com Rômulo ganha ainda mais relevância pelo fato de o crime investigado pelo jornalista, ao que tudo indica, ter sido uma tentativa de silenciamento de críticas e denúncias relacionadas ao poder público feitas por Gleydson no exercício de seu trabalho como radialista.

A ARTIGO 19 enfatiza que é dever do Estado proteger a vida de Rômulo e de outros profissionais até que o caso seja elucidado e os responsáveis pelo assassinato, identificados e julgados. Reforça também a necessidade de investigação sobre o homem que intimidou Rômulo a fim de que este e outros jornalistas possam realizar seu trabalho de investigação sem qualquer tipo de obstáculo ou ameaça.

Icone de voltar ao topo