Assassinato de jornalista investigativo é tema de documentário

Rodrigo Neto
Para abordar o envolvimento de autoridades locais em crimes contra a liberdade de expressão, a ARTIGO 19 lança “Impunidade mata”, minidocumentário que traz a história do jornalista investigativo Rodrigo Neto, assassinado com três tiros em 2013 na cidade mineira de Ipatinga.

Rodrigo realizava cobertura policial e, segundo investigações, foi morto em decorrência de seu trabalho como repórter. Entre as denúncias que fazia, estavam as de envolvimento de policiais em crimes conhecidos na região do Vale do Aço, onde fica Ipatinga.

O crime chocou a categoria de jornalistas e teve repercussão internacional, mobilizando autoridades de Minas Gerais e do Governo Federal. Colegas de trabalho de Rodrigo criaram o “Comitê Rodrigo Neto” para exigir que seu assassinato fosse investigado e os responsáveis pelo crime, punidos. Como consequência, dois homens chegaram a ser condenados à prisão, entre eles, um policial civil. Pessoas próximas a Rodrigo, no entanto, afirmam que nem todos os envolvidos no crime foram responsabilizados.

Com 15 minutos de duração, “Impunidade mata” traz depoimentos de colegas de trabalho de Rodrigo Neto, do presidente do Sindicato de Jornalistas de Minas Gerais, Kerison Lopes, além de ouvir a ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos Maria do Rosário.

“O documentário busca levantar reflexões sobre como superar o envolvimento de autoridades políticas e policiais em crimes contra comunicadores, uma realidade em muitas regiões do Brasil e que tem grande influência na falta de resolução de casos. O assassinato de Rodrigo Neto mostra que o envolvimento de outras esferas do poder público pode ser determinante para o avanço das investigações”, afirma Júlia Lima, responsável pela área de Proteção à Liberdade de Expressão da ARTIGO 19.

“Impunidade mata” é o segundo filme de uma trilogia que trata da impunidade em crimes contra comunicadores. O primeiro, intitulado “Impunidade cega”, foi lançado em dezembro do ano passado e abordou a história do fotógrafo Alex Silveira, que perdeu parte da visão após levar um tiro de bala de borracha no rosto durante manifestação, tendo sido apontado posteriormente pelo Judiciário como responsável pela lesão.

Foto: Arquivo Diário Popular

 

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