Contratos de demanda firme disponíveis

Cantareira

 

No esforço de promover a transparência na gestão da crise da água pela qual passa o Estado de São Paulo, a ARTIGO 19 e a Agência Pública disponibilizam os 537 contratos de demanda firme que a Sabesp mantém com grandes empresas consumidoras de água.

A íntegra de todos os contratos, com os nomes das empresas, os valores das tarifas com desconto e a quantidade de água consumida, podem ser encontrados no site da Agência Pública, que também publica matéria a respeito da divulgação dessas informações.

Desde 2002, os contratos de demanda firme têm sido assinados com empresas que consomem mais de 500 mil litros de água por mês. Eles e­stabelecem que as empresas devem consumir um volume mínimo de água em troca de descontos que chegam até a 40% do valor da conta.

Em dezembro de 2014, a ARTIGO 19 lançou o relatório “Sistema Cantareira e a Crise da Água em São Paulo: a Falta de Transparência no Acesso à Informação”, estudo que analisou como as informações públicas relacionadas ao sistema de distribuição da água em São Paulo vinham sendo tratadas. Desde então, a entidade tem se firmado como um dos atores envolvidos no monitoramento da transparência na gestão da crise.

O acesso aos contratos já havia sido solicitado pela Agência Pública junto à Sabesp em novembro de 2014, com base na Lei de Acesso à Informação. A solicitação, no entanto, foi negada duas vezes.

No dia 27 de janeiro, após analisar recurso protocolado pela Agência Pública, a Controladoria Geral da Administração Estadual determinou que os contratos fossem publicados na íntegra no site da Sabesp. Porém, a empresa paulista cumpriu apenas parcialmente o determinado.

No dia 10 de março, o site da Sabesp disponibilizou os contratos de demanda firme, mas com as informações relevantes – nomes das empresas, valores e quantia de água consumida – cobertas por tarjas pretas.

Para a ARTIGO 19, a divulgação desses contratos é essencial para aprimorar e aprofundar o debate público sobre a gestão hídrica no Estado e ainda para levantar possíveis soluções para o atual cenário de escassez. A saída para a crise passa, necessariamente, pela transparência.

 

Crédito: Mídia Ninaj

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