Mais um jornalista é assassinado no México

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Na última segunda-feira (2), foi identificado pela família o corpo do fotojornalista Rubén Espinosa, que havia sido encontrado em uma casa na Cidade do México com dois ferimentos a bala e com evidências de ter sofrido golpes na cabeça. Outros quatro corpos foram encontrados na casa, todos de mulheres.

Com a morte de Espinosa, chega a 88 o número de jornalistas assassinados no México neste ano.

Em conversa com a equipe da ARTIGO 19 para o México, membros da família do jornalista revelaram que o último contato feito aconteceu na sexta-feira (31), quando Espinosa disse que estava em seu caminho para casa.

Fotojornalista especializado em registrar protestos e tendo trabalhado em veículos como Proceso, Agencia Cuartoscuro e AVC Noticias, Espinosa havia deixado o estado mexicano de Veracruz depois de receber ameaças, fugindo para a Cidade do México. Lá, seguiu trabalhando como jornalista.

O assassinato de Espinosa marca um novo pico na violência contra a imprensa no México: é a primeira vez que um jornalista deslocado foi assassinado na capital do país.

Para a ARTIGO 19, o fato de a Cidade do México não ser mais um refúgio seguro para jornalistas deslocados é um fator extremamente preocupante. “A violência que vitimou Espinosa é conhecida publicamente pelas autoridades responsáveis pela proteção de jornalistas no México. Esse homicídio coloca nitidamente em evidência a situação de Veracruz e a negligência das autoridades locais no fornecimento de proteção a esses profissionais”, afirma o diretor-executivo da ARTIGO 19 para o México, Darío Ramirez.

Atualmente, o México é o país mais perigoso para o exercício da liberdade de expressão de toda a América Latina.

A ARTIGO 19 cobra de forma enfática o Ministério do Interior e a Comissão Nacional para os Direitos Humanos do México para que façam todo o possível para garantir a justiça no caso da morte de Espinosa. A entidade apela ainda à Procuradoria-Geral do país para que assuma o caso e mobilize todos os recursos necessários para que se encontrem os responsáveis pelo assassinato.

Foto: Eneas De Troya

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